No 62º Encontro da Confraria Reinações de Caxias, falamos sobre a obra "O Fantasma de Canterville" de Oscar Wilde.
A explanação sobre a obra ficou a cargo da Confreira Domenique Grigolo Pastore.
Sobre o Autor e a Obra:
Oscar Fingal O'Flaherty Wills Wilde foi um escritor, poeta e dramaturgo Irlandês. Nasceu em 16/10/1854 e faleceu em 30/11/1900.
Foi discípulo de John Ruskin, autor do livro "Evangelho do Trabalho", onde embebedou-se nas idéias estéticas do mesmo e em Walter Pater, criador da prosa artística na Inglaterra.
Um dos escritores mais originais do fim do século XIX, wilde produziu obra de rara beleza, criando um mundo ideal de conceitos que se chocavam com a realidade. O amor aos paradoxos, que estão inçados em todos os seus trabalhos, leva-o frequentemente a uma inversão quase doentia do sentido das coisas.
Oscar viveu numa época em que a literatura assumia uma feição "decadente", época essa que já tinha esgotado os melhores frutos do romantismo, de que Wilde e Tennyson eram os últimos representantes.
Há a favor de Wilde, o aspecto satírico de sua obra voltado à sociedade de seu tempo, em particular à Aristocracia Britânica, cuja ridicularização em alguns de seus romances e peças teatrais lhe custaram um processo infamente e sua liquidação moral como escritor.
Ao deixar Oxford, casa-se com Constante May Lloyd, mulher de fortuna, que lhe proporcionaria os meios de viver na sociedade londrina.
No ano de 1889, suas primeiras obras dramáticas foram representadas nos Estados Unidos, e dois anos depois publicou os trabalhos: "Intenções" e "O Retrato de Dorian Gray", obra onde procura demonstrar a falsa tese de que a vida copia a arte, provocando um escândalo na época, pois Wilde concentrou o ideal de beleza artística nas formas masculinas, o que era demasiado chocante para o puritanismo inglês.
Em 1893 escreve o poema "Salomé" em francês para se representado por Sara Bernhardt. É um poema pagão de beleza inexcedível, que Richard Strauss musicou. Essa peça foi proibida de ser representada em Londres, pela tradução de Alfred Douglas.
É nesse período que a amizade com Lord Douglas causa o terrível processo pelo qual Wild foi vitimado. Lança várias obras de teatro como "O Leque de Lady Windermere", "Uma Mulher sem Importância" e a "Importância de ser Ernesto".
Pelo ano de 1895, a aristocracia Britânica, irritada profundamente por causa das sátiras cada vez mais mordazes de Wilde, resolvem tomar a ofensiva e processá-lo, por homossexualismo. Não podendo apresentar provas em contrário é sentenciado a dois anos de prisão celular com trabalhos forçados. (Pena que consistia num ato de repetição diária em trançar e desfazer uma corda, acabou por levá-lo a um terrível suplício moral).
Em, maio de 1895, Wilde pode recobrar a liberdade mediante fiança, não encontrou nenhum lugar que quisesse hospedá-lo e teve que asilar-se na casa de um irmão. Pouco tempo depois, o processo dá continuidade e acaba indo novamente para o cárcere para cumprir o resto da pena. Durente a estadia às várias prisões pública seu mais fascinante livro "De profundis".
Ao readquirir a liberdade, Wilde teve o dissabor de ser abandonado pela esposa e não teve mais coragem de ver seus filhos, Cirilo e Viviano. Abandona a Inglaterra e oculta-se num povoado Francês de Berneval-sur-Mer, sob o pseudônimo de Sebastião Melmoth. Viveu errante por um tempo, viajou para Suiça, França e Itália, sempre sem dinheiro, sofrendo privações, desalentado e dependendo da generosidade dos amigos.
Em outubro de 1900 Wilde adoece e falece em 30 de novembro no hotel d'Alsace. Foi enterrado em "Pere Lachaise", depois das inúmeras formalidade policiais advindas da falsa identidade que adotara com seu pseudônimo.
O amargor de Wilde, fruto de seu intenso sofrimento moral pode ser expressado por essas palavras: "A vida? A vida... Ela vende tudo muito caro e nóas compramos os mais mesquinhos de seus segredos a um preço monstruoso e infinito".
Fonte:
Extraido e condensado de Galeria de Homens e Mulheres Célebres vol. II.
Nossos Confrades com a participação especial do Sir Simon de Canterville