Encontros da Confraria

Encontros nas terceiras terças feiras do mês, na Do Arco da Velha Livraria e Café, das 19h às 20h30min..

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Branca de Neve na 30ª Feira do Livro de Caxias do Sul


    Em nosso 61º encontro falamos sobre a Branca de Neve. Encontro esse que ocorreu na 30ª Feira do Livro de Caxias do Sul no dia 14 de outubro de 2014.
    Nesse encontro falamos sobre os diversos contos que de alguma forma fazem alusão à obra Branca de Neve.
    As explanações do Encontro ficou a cargo do confrade Rogério Becker.



A jovem escrava 1634
Transcrita por Giambattista Basile, esta é a primeira transcrição que se conhece da fábula da Branca de Neve.
Fazia parte de um dos cinquenta contos reunidos por Basile no livro O Pentamerão - em alusão ao Decamerão de Boccacio -
Apesar de ser o primeiro registro escrito de Branca de neve, também há outros contos famosos como Rapunzel e Cinderela. Os historiadores não tem como precisar a influência desse livro para outros trabalhos europeus, visto o seu dialeto Napolitano.
Podemos inserir neste contexto a oralidade das fábulas, pois Basile precedeu Perrault em 50 anos e os Grimm em 200.
O texto A jovem escrava mostra que o tema central é o ciúme (sendo esse aspecto o que une todas as versões de Branca de Neve). Ainda assim há outros pontos que unem as demais versões:
- O número sete. - Sete Anões, Sete ladrões (no conto Maria, a madrasta má e os sete ladrões), sete caixões de cristal (A jovem escrava),


- O pente envenenado, a protagonista caindo em sono profundo (dada como morta).
Outro tema constante nas demais versões é o martírio da protagonista. (Conforme os historiadores, esse pensamento Cristão de que, para encontrar a salvação é necessário passar por provações, é claramente uma forma de passar a mensagem para as camadas mais desprivilegiadas que não importa o quanto a vida seja dura, a recompensa virá de alguma forma).
Nesta versão Lisa (Branca de Neve), recebe uma maldição de uma fada que quando completasse 7 anos, ao pentearem seu cabelo, seria esquecido um pente nele e ela morreria. Sua mãe a coloca dentro de sete caixões de cristal e deixa para que seu irmão cuide, para que nada aconteça com o corpo da menina. Com o passar do tempo acaba morrendo de desgosto.
Sua tia acaba descobrindo esse caixão e num acesso de ciúmes (por causa da idolatria do tio, seu esposo, pela menina) acaba arrancando-a do caixão pelos cabelos derrubando o pente. A menina acorda e passa por inúmeros martírios até que seu tio descobre e manda sua esposa embora.
Nessa versão, não há punição contra o mal. Fato esse que com o passar do tempo e diferentes versões, as ações da "madrasta" são punidas.



Branca de Neve 1812
Os Irmãos Gimm publicaram a primeira versão da Branca de Neve em 1812 no livro intitulado Contos da criança e do lar, que nada mais era que uma coletânea de diversos contos orais passados de geração a geração desde meados do século XII. Além de estudiosos do folclore eram também pesquisadores da sua língua materna cujo sonho era fazer um grande dicionário alemão.
Quando a primeira versão do livro foi lançada seu objetivo era que estudiosos a adquirissem, tanto é que a primeira edição mais parecia um trabalho acadêmico, repleta de anotações e referências.
O inesperado sucesso da obra fez com que novas edições ( ao todo 7 em vida) fossem lançadas, ocorrendo a supressão de conteúdo que ambos julgavam inadequados para crianças.
No original de 1812, quem infligia todo o sofrimento à personagem é sua própria mãe. Nas edições seguintes os autores decidem trocar para a madrasta. (com o objetivo de santificar a mãe e preservar a imagem da instituição família).
Outra mudança de 1812 ocorre no despertar da garota, quando um servo derruba o caixão. Ver pg. 13.
Uma das partes que compramos quando lemos o conto é o conceito de beleza expresso pelo espelho mágico (o que é belo pra uns pode não ser belo pra outros).
Outro ponto é o caçador, que ao invés de matar Branca de Neve a deixa sozinha no meio da mata selvagem à sua própria sorte.
Pode-se entrar no mérito do antropofágico, quando a madrasta come o fígado e os pulmões, para adquirir as qualidades da menina.
Além é claro do aspecto de necrofilia (pois quase todos os príncipes apaixonam-se por uma morta).


Há dois contos Italianos:
Maria, a madrasta má, e os sete ladrões de 1870; que tem mais a ver com outro conto João e Maria, por causa do caminho de farelo de pão.
O Caixão de Cristal de 1885; que mais parece um conto de Edgar Alan Poe, pelo lado sobrenatural e por intensificar a ideia de necrofilia, pois o Rei não passa de um tirano egoísta que mataria a própria mãe por não encontrar a garota no caixão.
Outro curtíssimo conto de origem Suíça, intitulado de A morte dos sete anões de 1856. Esse mais macabro que o de cima, onde os sete anões são assassinados e a garota desaparece.  


Há outro conto, esse Escocês de 1892 intitulado "Árvore Dourada e Árvore Prateada".
Nesse não há madrasta, é a própria mãe quem tem ciúmes da filha, ao invés de um espelho mágico, há uma truta mágica, em vez do pente envenenado há uma agulha, e como conto oral, adapta-se ao local emque está sendo contado, fato esse que contempla a poligamia das personagens.

A Branca de Neve pode ser comparada com a Bela Adormecida, alguns historiadores dizem que as duas histórias podem ter sido a mesma, mas que com a oralidade e o passar do tempo tomaram caminhos diferentes pela Europa.

Para o bem ou para o mal, não podemos deixar de falar da versão de Disney (1937) em que popularizou a fábula da Branca de Neve.

Bibliografia:
Branca de Neve, Os Contos Clássicos, seleção de Alexandre Callari.
Contos dos Irmãos Grimm, organização Clarissa Pinkola Estés.
www.grimmstories.com

   

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Escaravelho do Diabo


   No encontro de nº 60 da Confraria Reinações Caxias, o livro indicado foi um clássico da literatura juvenil brasileira "O Escaravelho do Diabo" livro esse que faz parte da coleção Vaga-Lume, coleção esta que reúne mais de 60 obras voltadas para o público infanto.
   O encontro foi coordenado pelo confrade Dangelo Muller.



Pensando sobre “O escaravelho do diabo”
Dangelo Müller*

O escaravelho do diabo”, de Lúcia Machado de Almeida, foi originalmente apresentado aos leitores como uma espécie de folhetim policial, publicado semanalmente na revista “O Cruzeiro”, nos idos de 1956. Porém, pode-se dizer que a obra ganhou fama a partir de sua publicação compilada na série Vaga-lume, em 1972, sendo produzidas desde então 27 edições. É interessante perceber que o texto da autora permanece o mesmo, sofrendo apenas eventuais alterações das reformas ortográficas. Referências aos bondes, à moeda corrente da época (1956) e mesmo aos costumes dão um “ar” semelhante ao dos filmes noir, com a peculiaridade de um cenário e personagens mais próximos do público leitor.
A história se passa em Vista Alegre, uma pacata cidade dos anos 50, que vive os primeiros momentos de uma eventual modernização. Há um hospital local, um zoológico, um teatro, ruas com iluminação e calçamento, ou seja, trata-se de uma cidade diferente da maioria das cidades brasileiras da época, constituindo o palco perfeito para o desenrolar da trama policial e misteriosa ao estilo de Agatha Christie.
Os personagens do conto podem ser divididos em três classes: os protagonistas, os eventuais suspeitos e as vítimas. Dentre os protagonistas, temos Alberto, o estudante de medicina, que se converte em um dos investigadores dos crimes e o Inspetor Pimentel, policial encarregado de averiguar os estranhos casos acontecidos em Vista Alegre; entre o rol de suspeitos temos Verônica, a estudante de música e hóspede da pensão de Cora O'Shea; Sr. Graz, um professor suíço de Línguas, amigo de Verônica e também hóspede de Cora O'Shea; Cora O'Shea, a irlandesa dona da pensão e mãe de Clarence O'Shea; Mr. Gedeon, um americano representante de uma indústria de próteses e também hóspede de Cora O'Shea; Sub-inspetor Silva, o ajudante do Inspetor Pimentel e de Alberto, aparece pouco no livro e Elza, a copeira da pensão.
As vítimas atacadas pelo “inseto” são Hugo, o "Foguinho", a primeira vítima e irmão de Alberto é assassinado com uma antiga espada espanhola cravada no peito; Clarence O'Shea, o filho de Cora O'Shea, que morre envenenado por uma cápsula de cianureto colocada entre seus remédios; Maria Fernanda, uma cantora lírica que é assassinada em meio a uma performance de "Carmen", de Bizet, atingida por uma seta envenenada; um galo-da-serra, ave de uma raça em extinção que é estrangulada até a morte e tem todas as suas penas cor de fogo arrancadas; Rachel Saturnino, a linda filha de um antiquário que se torna a única sobrevivente dos ataques do "inseto"; Padre Afonso, o padre da paróquia local, um homem inteligente e corajoso que morre carbonizado durante o incêndio em sua igreja e, por fim, Mr. Graz, que morre carbonizado junto com o Padre Afonso.

O enredo começa com a reação de Alberto à chocante morte de Hugo. O estudante, junto com o Inspetor Pimentel, chega até um antiquário e averigua sobre a natureza da espada. Lá, o rapaz encontra Rachel, uma ruiva estonteante que se torna seu primeiro interesse romântico na obra. Algum tempo depois da morte de Hugo, há um novo homicídio: Clarence O'Shea, um menino ruivo que é envenenado de forma inusitada na qual o assassino mistura um forte agente tóxico em meio aos medicamentos para gripe do rapaz. Alberto começa a fazer a ligação entre o fato de seu irmão e do jovem O'Shea também terem recebido um besouro pelo correio, como uma espécie de anunciação à sua futura morte. O Inspetor tenta apaziguar as suspeitas do jovem estudante de medicina, explicando que tal acontecimento pode ser meramente incidental. Ao investigarem a pensão de Cora O'Shea, Alberto e Pimentel conhecem Mr. Graz, Mr. Gedeon e Verônica.  Alberto apaixona-se por Verônica e, a partir deste ponto, fica dividido entre prosseguir com as investigações ou namorar com a moça.
Pouco tempo depois ocorre o assassinato de outra pessoa ruiva: a cantora lírica Maria Fernanda. Em pleno palco, ela é alvejada por um espinho envenenado, projetado por uma zarabatana. Toda incredulidade do inspetor cai por terra quando ele e Alberto descobrem que, pouco tempo antes, a cantora havia recebido um pacote com um besouro. O policial se vê obrigado a aceitar a terrível hipótese de que está envolvido em um caso marcado pela presença de um serial killer. Desse ponto em diante, Alberto decide que deve se dedicar ao máximo em colaborar com a investigação policial e acaba, mesmo que involuntariamente, afastando Verônica. O estudante de medicina e o inspetor começam a alertar, sem alarde, os ruivos naturais de Vista Alegre para que se previnam caso recebam o fatídico embrulho com o besouro. Na verdade, a tarefa é consideravelmente fácil, pois restaram apenas dois ruivos na cidade: a estonteante Rachel Saturnino e o Padre Afonso. Há, na verdade, mais um “ruivo natural” na cidade, e este é a quarta vítima do terrível “inseto” - como passa a ser designado o criminoso: o pobre galo-da-serra do zoológico. O animal é exterminado e tem todas as penas de cores flamejantes arrancadas, causando comoção na sociedade.
À medida que o tempo passa, o cerco se aperta em direção à pensão de Cora O'Shea, pois tanto o estudante quanto o investigador pressentem que há um vínculo entre os hóspedes e empregados com a figura do famigerado criminoso. Quando a quinta vítima, Rachel, sofre um brutal atentado e escapada da morte por mero acaso, Alberto confronta os moradores da pensão e, para sua insatisfação, todos possuem álibis. Verônica sente-se extremamente ofendida por ser alvo de suspeitas e, após comprovada sua inocência, decide viajar, deixando Vista Alegre – e Alberto – para trás. A onda de crimes finalmente se encerra com a morte de Padre Afonso, que encontra seu fim nas chamas de sua própria igreja, junto de seu amigo, Mr. Graz, que estava, aparentemente, se confessando.
Numa espécie de anticlímax, o investigador e Alberto encerram o caso sem descobrir quem era o terrível inseto, pois todos os ruivos da cidade foram vitimados e Rachel, a única sobrevivente, estava tão chocada que não pôde dar detalhes significativos ao desenvolvimento do caso.


A conclusão da obra se dá por acaso: muitos anos depois, viajando pela Alemanha, Alberto conversa com um amigo sobre a mulher de que nunca foi capaz de esquecer, Verônica, e lhe mostra uma fotografia dela. O homem se sobressalta e reconhece, junto à moça na foto, o louco foragido Rudolf Bartels. Naquele momento, Alberto percebe que Mr. Graz era, na verdade, um nome falso que Bartels utilizava. O agora médico descobre que Bartels, um pesquisador de renome internacional, fora arruinado por seu colega ruivo e, após matá-lo, teve uma crise psíquica que gerou uma espécie de dupla personalidade. Quando Mr. Graz encontrava algum ruivo, seu lado Bartels retornava, transformando-o em um assassino impiedoso. Alberto fica chocado e compartilha suas descobertas com os demais envolvidos no caso, incluindo Verônica. O final da obra se dá com o nascimento do filho de Alberto e de Verônica, oportunamente chamado de “Hugo”, a primeira vítima do “inseto”.

Alguns pontos interessantes

Lúcia Machado de Almeida apresenta uma obra pontuada por elementos significativos: temos a simbologia do ruivo, dos escaravelhos, da dupla personalidade, do destino e do aprendiz, entre outras.
Ao sistematizar uma espécie de luta entre “os ruivos” e “o inseto”, a autora retoma o motivo mítico do escaravelho e do sol, em que, segundo a wikipedia
os escaravelhos, com inscrições gravadas na sua carapaça, ou objetos com forma de escaravelhos, constituíam amuletos muito populares no Antigo Egito. Na mitologia egípcia, o escaravelho sagrado estava relacionado com deus Khefri, responsável pelo movimento do sol, arrastando-o pelo horizonte; no crepúsculo, o sol (ou o deus Rá) morria e ia para o outro mundo (representado pelo oeste); depois, o escaravelho renovava o sol no amanhecer.
Algumas etimologias egípcias associam ainda escaravelho à palavra KHEPER, um verbo que envolvia o significado de criar e/ou transformar, convertendo o escaravelho em uma espécie de símbolo do renascimento e bastante presente em sepulturas antigas. Desse modo, Bartels, a “encarnação” do escaravelho, persegue, “move” e “transforma” as pessoas ruivas, as quais, por sua vez, são representações encarnadas do próprio sol na obra. Pode-se perceber a ocorrência de várias facetas do “deus Sol” no Escaravelho do Diabo:
1.         Hugo, o foguinho: pode-se dizer que é o sol da manhã, rompendo o frio da noite e tornando-se cada vez mais forte e ardente;
2.         Clarence O'Shea: o menino fraco e apagado pode ser análogo ao sol nublado, sempre obscurecido pela figura de sua mãe ou do irmão, ou mesmo pelo sol poente;
3.         Maria Fernanda, a cantora lírica, pode ser entendida como o sol do meio dia, no ápice de seu vigor e força, na posição central do “palco cósmico celeste”;
4.         Rachel Saturnino encarna a vivacidade do sol das tardes, o calor das longas horas de modorra emaranhado em seus longos cabelos até a chegada do ocaso;
5.         O galo-da-serra é uma representação do próprio nascer do sol, cujas penas flamejantes são análogas aos raios solares que atravessam o longo espaço cósmico;
6.         Padre Afonso parece atuar como o sol do ser, ou seja, a iluminação interior, de aspecto espiritual que aproxima o homem das instâncias celestes.




            Reforçando o aspecto de combate/movimento solar, nota-se que os crimes de Bartels são secretos e ocorrem nas horas noturnas, longe do “Olho de Rá”, ou seja, do sol. Desse modo, o escaravelho move “os sóis” pelo espaço celeste do enredo, conduzindo os personagens ao ocaso completo: sua morte, praticamente inevitável.
            Ora a própria questão da dupla identidade de Bartels/Mr.Graz é a encarnação da duplicidade dia/noite, do ciclo claro/escuro. Nesse aspecto, Lúcia Machado resgata algo de Stevenson, com seu “o Médico e o Monstro” em que o pacato Mr. Graz torna-se o diabólico Rudolf Bartels ao contemplar o ruivo ou vermelho flamejante. O “duplo” de Mr. Graz é seu reflexo em um espelho moral, uma versão invertida de seu próprio ser gentil e franzino, ou, antes, uma retomada ao amargor de um Rudolf Bartels, cientista genial desmoralizado pelo destino. Assim, o real, expresso na figura insana do cientista, cria a imaginação de um novo eu, o pacato professor de Línguas, e o gatilho das cores cria o trânsito entre os polos da identidade do atormentado homem. A infelicidade de Bartels/Mr. Graz está em ser arrastado de sua imaginação de si mesmo pela realidade, imposta pelas cores. É a situação de que fala Cristina Martinho[1] citando Clément Rosset:
Quem recusa o real, tem seu retorno com juros, em virtude do antigo adágio estóico segundo o qual “o destino guia aquele que consente e arrasta aquele que recusa”[...] “Não se escapa ao destino” significa simplesmente que não se escapa ao real. O que é e não pode não ser. [...] O que existe é sempre unívoco: na borda do real, seja o acontecimento favorável ou desfavorável, os duplos se dissipam por encantamento ou maldição.
Frente às maquinações de Bartels, o estudante Alberto sempre se mostra insuficiente, perseguindo vestígios de pistas ou meras “sombras e vultos”. Configura-se, nas sombras, o duelo entre a sanidade do médico aprendiz e o cientista louco, em que o jovem persegue algo além de sua compreensão. Ora, Alberto, enquanto estudante pode ser entendido como um aprendiz ou ser cujos conhecimentos precisam ser apurados e depurados, sobrevivendo às provas que o adversário lhe impõe. Apenas quando torna-se, de fato e direito, médico, é que Alberto encontra a solução para a identidade do criminoso, ou seja, quando o iniciante cumpre os ritos e torna-se iniciado nos mistérios da vida e da morte, tudo passa a ser claro e o rapaz adquire uma espécie de “visão solar” de todo o mistério, tornando-se ele, Alberto, o próprio sol e renovando a vida com o retorno, ainda que apenas nominal, da primeira vítima do escaravelho: Hugo.

*Confrade e Mestre em Literatura.


[1]     MARTINHO, Cristina. ARTICULAÇÕES DO DUPLO NA LITERATURA FANTÁSTICA DO SÉCULO XIX. Disponível em:http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno09-04.html Acesso em 16 set. 2014.